sábado, 13 de maio de 2017

ESTUDO: Sai dela povo meu!: A profecia explicada em detalhes.






Um trecho do Livro da Sabedoria desnuda tudo o que ficou de fora do versículo do Apocalipse que traz uma “sentença de morte” para os cristãos, que nunca encaram o verso de frente.


A noção de Deus é que este mundo iria mergulhar numa época tão terrível e desastrosa que a melhor ou única opção para os cristãos fiéis era sair da vida... Obviamente não por suicídio, mas por alguma coisa que abrevia a vida, e aqui tentaremos explicitar este assunto, a partir de um versículo que os próprios crentes temem entender ou teimam em não considerar. O versículo é uma profecia do livro do Apocalipse que diz: “E OUVI UMA VOZ DO CÉU QUE DIZIA: ‘SAI DELA, POVO MEU, PARA QUE NÃO SEJAIS PARTICIPANTE DOS SEUS PECADOS, E PARA QUE NÃO INCORRAS NAS SUAS PRAGAS’!” (Ap 18,4).

Vamos começar pelos motivos de se deixar a Terra, numa ocorrência que pode parecer uma incompreensível evasão executada por Deus. Primeiro vejamos os motivos ruins (ou onde o homem tivesse alguma culpa) e depois os bons, quando o homem é inocente.

O trecho do Apocalipse exposto acima trata das duas hipóteses. Acerca dos motivos ruins, diz claramente: “para que não sejais participante dos seus pecados”. Acerca dos motivos onde o homem não tem culpa, diz: “para que não incorras nas suas pragas”. Mas o que se pode dizer, em linguagem moderna? Vejamos.

O mundo pós-moderno mergulhou numa onda de licenciosidade e libertinagem tão atroz que simplesmente não há mais nada no planeta que ao menos lembre um resquício do respeito e da honra das gerações antigas, numa verdadeira “vergonha histórica” para qualquer pesquisador do futuro. A Moral e a Ética já sucumbiram há décadas e não há nenhum sinal de que a onda possa ser revertida em favor da decência e da piedade, e por isso todos os sintomas de decadência e aniquilamento estão presentes – mas somente – para quem QUISER ver. Se o Planeta fosse apenas uma pedra perdida girando pelo espaço vazio, sem eira nem beira, numa progressão inexorável e descuidada de uma realidade sem dono, então não vejo razão para maiores preocupações; e talvez até, ao contrário, fosse plausível pensar que “o desespero chama a luxúria”, como diria o erotólogo “TT” (saudosa memória). Não é à-toa que o próprio Cristo revelou um exemplo dessa natureza, quando contou que um homem acumulou muitos bens e enricou bastante, para depois dizer a si mesmo: “agora folga e te diverte à vontade”, mas o dono da Terra lhe disse: “Louco, hoje te pedirão a tua alma, e o que tens agora para quem será?” (Lc 12,19-20).

Portanto e com efeito, existindo um Dono para tudo isto aqui, a situação do planeta está um caos, para não dizer um inferno, e o Cara lá de cima não deixará isso passar em branco, em hipótese alguma (se deixasse, seria o mesmo que não haver ninguém, e assim o raciocínio anterior seria revalidado). Havendo então quem peça satisfações, o ser humano está literalmente em maus lençóis, ou sob os lençóis da prostituição, para não dizer coisa pior. De fato, a parte da Moral mais agredida e desintegrada é justamente aquela que afeta mais intimamente a Humanidade, ou seja, a de sua moral sexual, de sua (in)decência e do flagrante descontrole sobre seus instintos mais animalescos. Sei que aqui alguém dirá que falar de sexo nessas horas é uma verdadeira incongruência, pois há pecados muito mais graves e letais em operação no mundo! Sim. É verdade, sem dúvida. Mas o Senhor que criou tudo sabe o quanto os pecados DA CARNE estão enredados com os crimes mais hediondos, justamente porque o desrespeito e a imoralidade inoculam a perigosa idéia de que “não há controle nem vigilância sobre os nossos atos”. Então, assim sendo, eu e você poderemos até ter “freios”, ou aquilo que a psicologia chama de “consciência de limites”. Porém um Zé-qualquer, sobretudo um indivíduo mal formado, que recebeu péssima educação ou que NUNCA FOI SEQUER APRESENTADO A UM LIVRO, está longe de ao menos “desconfiar” que precise de um freio, e por isso seus desejos (por exemplo, na área do erotismo), podem facilmente levá-lo a práticas criminosas, tais como a pedofilia, o estupro e até o assassinato de mulheres que lhe neguem sexo!... Entendeu? O leitor conseguiu visualizar bem o quadro?

Pois bem. Esta situação de imoralidade descontrolada, quando chega em onda massiva (quando a sociedade inteira a tolera e até aprova), tem poder suficiente para influenciar cristãos, sejam eles engajados ou não, e é por isso que há tanta notícia de sexo relacionada a membros de igreja, incluindo padres e pastores. Aliás, o raciocínio é este: se com os pastores a coisa acontece, o que não estará ocorrendo com as ovelhas?...

Logo, está explicado porque a profecia do Apocalipse se refere a cristãos, dizendo “SAI DELA, POVO MEU, PARA QUE NÃO SEJAIS PARTICIPANTE DOS SEUS PECADOS”. É uma alusão direta a “crentes envolvidos no lamaçal do mundo”, envergonhando o bom nome do Evangelho e fazendo chorar o Espírito Santo. Isto basta. Vamos ver agora os casos em que os crentes não têm culpa direta sobre o caos do mundo. A profecia diz “para que não incorras nas suas pragas”. Em boa tradução seria: “para que não sejais vitimados pelas desgraças de um planeta em convulsão”.

Desgraças de um planeta em convulsão são todas essas anomalias climáticas que afetam os 4 cantos do globo, que vão desde terremotos terríveis até tsunamis devastadoras, furacões, vulcões e até queda de asteróides. Porquanto subsistir num planeta onde tais coisas chegam aos borbotões e em intensidade assustadora até para os cientistas, é um motivo mais do que justo para que os cristãos saiam de cena, e aqui está a outra parte da palavra profética de João. Creio que não há nas Escrituras Sagradas nada que melhor justifique o fenômeno do ARREBATAMENTO, para o qual todas as profecias apontavam como sincrônico da imoralidade e do caos meteorológico. Isto explica tudo.

Temos agora o quadro todo à vista. Deus está vendo – e já havia visto há milênios atrás – que a Terra chegaria ao caos em todos os sentidos, e que naquela/nesta ocasião os cristãos deveriam sair de cena, e esta saída iria ser providenciada por Deus (tanto para proteger a integridade física de seus seguidores, quanto para salvá-los da influência da imoralidade). [Um parêntese: é provável que o aumento no número de suicídios seja explicado justamente por isso mesmo, ou seja, os próprios imorais e corruptos, vendo o caos inexorável em que naufragaram, não vêem outra solução senão tirar a própria vida].

Finalmente, falando para os crentes fiéis, eles poderiam alegar que tal profecia é de somenos importância, já que aparece muito pouco na Bíblia (talvez somente no Apocalipse, com aquela exata conotação joanina). Não. Absolutamente não. É claro que se o crente for um evangélico, que lê apenas a Bíblia protestante, não terá muitas opções a não ser assumir a profecia do Apocalipse. Todavia, se for um crente católico, temos uma boa notícia aqui: a Profecia de João foi “guindada” do LIVRO DA SABEDORIA, obra deuterocanônica escrita a partir dos registros da sapiência de Salomão. Vejamos, então, o que diz a Sabedoria, em seu capítulo 4 (versos 7 a 20):

Todo este trecho tem como base a visão vívida de Salomão para a Escatologia, a vida após a morte e o Juízo Final. Ele enfatiza a noção soberana de que Deus, por amar e desejar infinitamente os crentes fiéis, providencia o desencarne dos justos para evitar que eles sofram mais na Terra, sobretudo quando em risco perante injustos. A Profecia no Apocalipse se faz bem forte aqui, dando um extremo alento aos crentes com fé estremecida, inclusive explicando porque tal fé se estremeceu: “Deus os transfere para outro lugar, ARREBATANDO-OS, para que a malícia não pervertesse as suas inteligências e o engano não seduzisse as suas almas” (versos 10-12). Diz mais, como uma forma de os consolar, que “tendo alcançado a perfeição em pouco tempo, completaram cedo a longa carreira”, e por isso já podem “sair da vida física” (versos 13-14). Diz mais que, ao morrer o justo, ele logo passa a juiz dos ímpios (4,16), como diz Paulo em I Co 6:3, sem que tal juízo esteja longe no tempo... Até porque o tempo escatológico não corre igual ao nosso, e o Juízo Final já está presente perante os olhos de Deus (Jesus afirmou isso em Jo 3,18-19). Confirma que os vivos, sobretudo os ímpios, jamais entendem porque um justo morreu tão cedo, como se Deus tivesse feito algum mal ou zombado dele, quando na verdade fez ali um incalculável bem, que só o Juízo Final revelará (4,17-18). Por último, diz duas coisas terríveis contra os ímpios: que eles sofrerão “dor lancinante” (4,19) e comparecerão ao Juízo Final aterrorizados, trêmulos na hora de prestar contas de seus atos, pois as suas próprias palavras os condenarão pela enrolação que se desnuda tentando encobrir pecados. Um trecho, portanto, lindíssimo, duríssimo e altamente esclarecedor.

Se após toda esta leitura e a aventura de investigar o livro da Sabedoria, os cristãos ainda persistirem na dúvida quanto às decepções de Deus com este mundo corrupto, no qual vê seus próprios filhos se enredarem, então devem com urgência voltar ao primeiro amor (quem lê entenda) e talvez até consultarem oráculos (quem lê entenda), pois pode ser que pelo menos ali, conversando com seu padre ou pastor, eles possam ouvir alguém que já “sacou” a idéia subjacente à profecia de Ap 18,4. E se os tais já tiverem sido corrompidos pela influência do mundo, pode ser que Deus use a boca deles para falar, explicando isto tudo, como usou a jumenta de Balaão.

Prof. JV de Miranda Leão Neto.

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