Os
religiosos de sua época não podiam entender como é que o Senhor podia fazer tal
milagre fora do sistema que eles tanto prezavam. O cego também não entendia
muita coisa a princípio, mas de uma coisa ele tinha certeza: ele era cego, mas
agora enxergava. Seus pais, por prezarem mais a religião exterior do que a
verdadeira obra que Deus estava fazendo, não querem ficar mal com os sacerdotes
e fariseus, e nada dizem. Muitas vezes não encontramos apoio para nossa fé nem
mesmo entre os familiares.
O cego acaba sendo expulso com a alegação de que
ele, que era nascido em pecado, estava querendo ensinar os mestres de Israel. E
era exatamente isto: somente aquele que tomou consciência do seu pecado pode
compreender alguma coisa de Deus. Paulo, que era um mestre em Israel,
considerou tudo aquilo como esterco depois que entendeu que, dentre os
pecadores, ele era o principal.
Mas o ponto onde quero chegar é que foi só
depois de ser expulso, só depois de ser colocado fora do sistema religioso de
sua época, é que o ex cego conhece de um modo mais completo aquele que o havia
curado. “Jesus
ouviu que o tinham expulsado, e, encontrando o, disse lhe: Crês
tu no Filho de Deus? Ele respondeu, e disse: Quem é
ele, Senhor, para que nele creia? E Jesus lhe disse: Tu já
O tens visto, e é
Aquele que fala contigo. Ele disse: Creio, Senhor.
E O ADOROU”
(Jo 9:35 38). Uma
adoração completa não teria sido possível enquanto ele fosse cego, figura do
estado em que nos encontramos quando ainda incrédulos. Mas também, mesmo depois
de estar enxergando, ele continuava em um sistema religioso que, embora zelosos
de Deus e portadores das Escrituras, não reconhecia plenamente os direitos e
reivindicações de Cristo.
Foi preciso que saísse, ou fosse expulso, para
conhecer melhor o Filho de Deus. E o Senhor sabia que o tinham expulsado,
sabendo também que ele havia permanecido numa posição de corajosa fé diante dos
líderes religiosos, não temendo as consequências. E o Senhor certamente deu lhe
uma medida especial de revelação, pois aquele homem entende que ele era Deus, e
prostra se aos seus pés em adoração.
Quão precioso é isto; podermos adorar o
Senhor fora de tudo o que foi instituído pelo homem; podermos permanecer
firmes, mesmo diante de todos os ataques, professando: Eu era cego e agora
vejo!
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