Apesar da riqueza de profecias sobre o Messias nos escritos do Antigo Testamento, durante o tempo de vida terrena de Cristo, muitos judeus não tinham noções sobre Ele. A razão disto foi, que muitos deles não conseguiram elevar-se ao entendimento espiritual nas profecias messiânicas, como por exemplo, sobre a Natureza Divina do Messias, sobre a necessidade do Renascimento Espiritual ou sobre a Graça de Deus no Reino do Messias.
O período entre o 3o século A.C. até o início do 2o século D.C., foi um tempo de intensa luta da nação hebraica pela sua independência política. Esta difícil luta e as necessidades associadas à ela, contribuíram para desenvolver entre muitos judeus a esperança por tempos melhores; a espera do Messias que derrotaria os inimigos da nação hebraica.
Eles sonhavam que com a subida do Messias ao trono, iniciariam para eles tempos felizes, cheios de riqueza material na vida.
Por causa destes desejos nacionais egocêntricos e utilitários, conforme já mencionamos, o Senhor Jesus Cristo evitava declarar-Se publicamente como o Messias.
Por outro lado, Ele citava com frequência as profecias antigas, que falavam sobre o Messias como um Líder Espiritual e com isto retornava a fé dos judeus para o caminho certo (ver Mat.26:54; Mar.9:12; Luc.18:31; João 5:39).
Os hebreus, desejando ter no Messias o rei terreno e sonhando com bens materiais, irritavam-se com a aparência pacífica e humilde de Jesus Cristo. Seus ensinamentos sobre a humildade, o amor aos inimigos, a aspiração ao Reino Celeste, eram totalmente estranhos a eles.
Os líderes judeus no decorrer de vários anos, não sabiam como se livrar do indesejável Mestre Milagroso. Eles também receavam pela perda de suas próprias influências sobre o povo, pois muitas pessoas simples acreditavam em Jesus Cristo.
Finalmente uma oportunidade conveniente surgiu, quando Judas um dos doze apóstolos ofereceu seus serviços aos Sumo Sacerdotes, ajudando-os a entregarem Jesus Cristo para julgamento. Porém, durante o julgamento os juizes não se depararam com acusação alguma, pela qual Ele pudesse ser condenado à morte.
Somente após Jesus Cristo ter respondido afirmativamente à pergunta de Caifás, se Ele considerava a si próprio o Cristo (Messias) o Filho de Deus Vivo, é que então Ele foi acusado de blasfêmia. A este "pecado" era por lei punido com a morte.
Mas os líderes hebreus por si sós, não tinham o direito de executarem Sua sentença, porque a Judéia era subordinada aos romanos. Conforme nossos conhecimentos do Evangelho, Pilatos contra sua própria vontade e temendo seu próprio destino, confirmou a sentença dos líderes hebreus — os Sumo Sacerdotes e membros do Sinédrio.
Cristo foi crucificado na véspera da Páscoa dos judeus no 33o ou 34o ano da nossa era. Diante destas circunstâncias a nação hebraica, representado por seus líderes, rejeitou o Enviado de Deus Messias.
Porém, como era antes de Cristo, a espera pelo Messias como um Rei conquistador, criou especialmente nos 1o e 2o séculos depois Dele, uma base conveniente para o aparecimento de todos os tipos de auto denominados Messias entre os judeus. Afinal, era o tempo de acordo com as profecias do patriarca Jacó e do profeta Daniel, que o verdadeiro Messias deveria chegar.
Na história da nação hebraica, houveram aproximadamente cerca de sessenta falsos messias. Eles eram geralmente, todos os tipos possíveis de aventureiros: às vezes eram simplesmente chefes de quadrilhas, líderes militares de maior evidência ou fanáticos religiosos e reformistas.
O mais proeminente desses falsos messias foi Bar-Kochba, que chefiou uma batalha desesperada contra Roma nos anos 132-135 D.C. Ele se intitulava a Estrela de Jacó e o messias libertador (referindo-se provavelmente, à profecia em Números 24:17).
Ele possuía uma vontade de ferro e conduziu a população judaica na Palestina completamente subjugada. Ele era um senhor absoluto, tanto dos bens como das vidas de seus subordinados. Os judeus acreditaram cegamente em suas denominações messiânicas e estavam preparados para sacrificar tudo, a fim de realizarem seus sonhos sobre os afortunados tempos messiânicos.
Mas para a pequena Judéia, a tarefa da tomada da poderosa Roma era muito grande. A guerra terminou com uma terrível destruição sobre toda a Palestina. Uma parte considerável da população morreu nessa guerra e o restante foi levado como cativo e vendido no mercado de escravos.
O próprio Bar-Kochba morreu. (Um escritor do segundo século, que viveu na Palestina, chamado Justin o Filósofo, relata sobre a brutalidade de Bar-Kochba durante o apogeu de seu poder. Ele exigia dos cristãos que eles rejeitassem a Cristo e desacreditassem em Seu nome. Todos aqueles que se recusassem a fazer isto, ele os submetia a sofrimentos cruéis e à morte. Ele não poupava nem mulheres, nem crianças (Apologia 1, par.31)).
No decorrer dos próximos séculos judeus, estando espalhados pelo mundo todo, conduziram todas as suas forças para preservarem sua religião do Antigo Testamento e o seu nacionalismo. Nisto eles foram bem sucedidos.
Mas, porque não aceitaram Cristo e Seus ensinamentos, os judeus se privaram daquilo que foi mais valioso e deixado a eles pelos profetas a esperança do renascimento espiritual.
Após a segunda guerra mundial, alguns judeus revelaram o anseio pelo seu Messias — Jesus Cristo. Missionários surgiram entre eles, atraindo seus compatriotas para a fé cristã. O trabalho missionário avançou com muito bom êxito, porque eles recorriam às profecias messiânicas dos profetas do Antigo Testamento.
É preciso dizer que as Sagradas Escrituras são sumamente respeitadas, mesmo entre aqueles judeus indiferentes a Deus. Deste modo, as escritas dos profetas permanecem com a palavra viva e eficaz de Deus, não obstante o transcorrer dos séculos.
É evidente que caberá a esses novos cristãos dentre os judeus, a difícil tarefa de revelar a falsidade da chegada final do falso messias — o Anticristo.
Este impostor, igual aos antigos falsos messias, irá prometer alegrias terrenas e felicidade. De acordo com as predições, muitos irão acreditar nele cegamente, e ele conseguirá um sucesso político considerável, mas não por muito tempo. Depois ele também morrerá, igual a muitos impostores da antiguidade.
Os cristãos não tem a necessidade de provar que Jesus Cristo é o verdadeiro Messias, porém o conhecimento das profecias antigas é útil para todos. Esta familiaridade por um lado enriquece a fé em Cristo e por outro oferece os meios de conversão à fé, aos duvidosos e descrentes.
Devemos ser gratos aos profetas do Antigo Testamento, que relataram com tanta clareza e detalhes à respeito de Cristo. Graças a eles, nossa fé em Cristo está estabelecida sobre uma rocha dura e com esta fé nós alcançaremos a salvação.
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