Quando
falamos sobre batismo, é importante entender alguns aspectos. Existem três
esferas às quais pode pertencer uma pessoa. Em Efésios 4:4 6 vemos: - Um círculo
grande que abrange toda a humanidade, para a qual há um só Deus e Pai (Pai no
sentido de Criador), incluindo todos os homens. - Um círculo menor, (um Senhor,
uma fé, um batismo), a esfera à qual pertencem todos os que são batizados com
um batismo cristão, ou seja, passam a levar sobre si o nome de Cristo, reconhecendo
O como autoridade (Senhor), mesmo sem se sujeitarem a ele, e incluídos numa só
fé, no sentido de crença na existência de Jesus. Este círculo inclui toda a
cristandade, tanto os falsos como os verdadeiros. - Um círculo menor ainda (um
corpo, um Espírito e uma esperança), a esfera à qual pertencem os salvos,
verdadeiros crentes em Jesus. O batismo introduz a pessoa no segundo círculo.
Tendo
isto em mente, vamos encontrar nas Escrituras diferentes tipos de batismo: -
Batismo em Moisés (1 Co 10:2). Independente de sexo ou idade, TODOS os que saíram
do Egito foram batizados em Moisés. A maioria não alcançou Canaã. Muitos eram
incrédulos (Hb 3:19) e não aproveitaram a palavra ouvida por não ter sido
acompanhada de fé (Hb 4:2). - Batismos judaicos (Hb 6:2; 9:10), também chamados
abluções (Mc 7:3-4). - Batismo de João, para arrependimento (Mt 3:11) e perdão
(Mc 1:4; Lc 3:3). At 19:3 5 demonstra que não se tratava de um batismo cristão.
- Batismo Cristão: Aqui entra o assunto do círculo cristão, onde é introduzido
o batizado, e que inclui o falso e o verdadeiro. O batismo não regenera e nem
pode salvar a alma. Tampouco tem ligação com João 3:5 que trata do novo nascimento.
Ninguém é regenerado pelo batismo e você poderá perceber que a regeneração de
uma alma só acontece por meio da Palavra de Deus e pelo poder do Espírito Santo
dando nova vida, novo nascimento ou nova natureza para o ser (Êx 40:12; Lv 8:6;
Ez 36:25 27; Zc 13:1; Jo 13:10; 15:3; 1 Co 4:15; 6:11; Ef 5:1-6; Hb 10:22; Tg
1:18; 1 Pe 1:23). O batismo efetua uma mudança de posição: o batizado passa a identificar
se com o nome de Jesus Cristo, entrando para o círculo reconhecido em toda a
humanidade como cristão. Esta identificação com Cristo é exterior “porque
todos quantos fostes batizados em Cristo já
vos revestistes de Cristo” (Gl 3:27). “Porque
todos sois filhos de Deus pela fé
em Cristo Jesus” (Gl 3:26) esta sim é a identificação da alma, interior, a
qual é pela fé. (Leia também Jo 1:12 e 1 Jo 3:1).
O batismo transforma a pessoa
num discípulo, embora um discípulo possa ser falso (Jo 6:60 66). O batismo
identifica a pessoa com a semelhança da morte de Cristo. (Rm 6:3, 4). A pessoa
passa para uma posição não somente de morta, mas de sepultada. O batismo salva
como figura (1 Pe 3:21). Quando se fala de salvação em conexão com o sangue de
Cristo, fala se de salvação eterna, com a alma passando a ter um lugar diante
do trono de Deus. Mas quando se diz que o batismo salva em figura, é em conexão
com o seu significado, ou seja, morte. O contexto fala de Noé e sua família
tendo sido salvos pela água. A água foi um castigo de Deus; um juízo. A água
foi morte para todos os que estavam fora da arca, que permaneceu acima das águas
do juízo. Noé e os seus foram salvos por meio de um juízo e se encontraram em uma
nova posição, ainda nesta terra. Mas nada fala a respeito de suas almas.
Assim
também com o batismo cristão: uma identificação com a morte e sepultura de
Cristo, que foi ocasionada pelo juízo de Deus caindo sobre ele, nos colocando
em uma nova posição neste mundo, ou seja, levando sobre nós o nome de Cristo.
Mas nossas almas só podem ser salvas se crermos em Cristo como Salvador e pelo
mérito do seu sangue remidor. Por isso, o que crê e for batizado será salvo,
mas o que não crer será condenado. Não diz “o que não crer e não for batizado”,
mas apenas o que não crer será condenado. Resumindo: 1. O batismo em Moises
identificava o povo com ele (1 Co 10:2). O fato de ter sido um batismo de toda
uma nação, enquanto o nosso é individual, não altera a verdade de que o
batismo, de um modo geral, identifica o batizado com aquilo ou aquele a que ou
a quem se é batizado. 2. O batismo de João era um batismo de arrependimento
para perdão de pecados (Mt 3:11; Mc 1:4; Lc 3:3; At 13:24) e tinha em vista uma
vida conforme os preceitos ditados por João (Lc 3; 10 14), bem como uma esperança
Naquele que havia de vir. (Jo 1:31; At 19:4). 3.
O batismo coloca sobre a
pessoa um “distintivo” de que agora ela professa a fé cristã (Gl 3:27) no
sentido de se unir àqueles que são identificados como cristãos, sem levar em
conta a genuinidade da conversão. Uma pessoa pode se vestir como um soldado,
mas isto não faz dela um soldado. 4. O batismo muda o terreno sobre o qual a
pessoa se encontra (At 2:37 41; 22:16; Rm 6:3-4; Cl 2:12). 5. O batismo inicia
a pessoa no discipulado, também sem levar em conta se é ou não verdadeiro discípulo
(Jo 4:1-2; Mt 28:19; Gl 3:27; 1 Co 10:1; 1 Co 1:13). 6. O batismo significa se
colocar em um lugar de morte, à semelhança da morte de Cristo (Rm 6:3-4; Cl
2:12). 7. O batismo significa ser sepultado (Rm 6:3-4; Cl 2:12) O primeiro
homem e sua posição têm que ser eliminados de diante de Deus. 8. O batismo, com
os benefícios que o acompanham, salva no sentido temporal, externo, em relação
com a esfera de profissão cristã sobre o mundo. Era deste modo que os judeus
recebiam um perdão administrativo (At 2:38; 22; 16; 1 Pe 3:21); em Mc 16:16
vemos uma aplicação geral desta verdade. Este é um assunto extenso e eu poderia
escrever mais outros aspectos, mas creio que isto é suficiente para um esclarecimento.
NUNCA devemos pensar no efeito do batismo como sendo semelhante ao da morte de
Cristo na cruz. A tremenda obra do Filho de Deus, morrendo no lugar do pecador,
não pode ser comparada a qualquer ritual. Dizer que uma pessoa não batizada está
perdida, mesmo que creia no Senhor Jesus como Salvador é o mesmo que dizer que
a obra na cruz não foi completa; que é necessária uma celebração humana para
que a mesma tenha pleno efeito. Que possamos olhar reverentemente para o valor
inestimável do sacrifício de Cristo na cruz, o ÚNICO meio de sermos salvos.
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